Capitães da Areia
Editora: Companhia das Letras
ISBN: 9788535911695
Publicado em 1937, pouco depois de implantado o Estado Novo, este livro teve a primeira edição apreendida e exemplares queimados em praça pública de Salvador por autoridades da ditadura. Em 1940, marcou época na vida literária brasileira, com nova edição, e a partir daí, sucederam-se as edições nacionais e em idiomas estrangeiros. A obra teve também adaptações para o rádio, teatro e cinema. Documento sobre a vida dos meninos abandonados nas ruas de Salvador, Jorge Amado a descreve em páginas carregadas de beleza, dramaticidade e lirismo.
Ganhei esse livro em meados de dezembro, de uma grande amiga que o tem como um de seus preferidos. Ela disse que de alguma forma se relacionava com "O meu pé de laranja lima" e eu já disse "Eu não vou gostar. Eu vou ler, mas não vou gostar, já te aviso".
Na verdade, o livro é maravilhoso, mas ele me deu uma tristeza, uma amargura... Que o meu conformismo já tinha me acalantado. Eu não gosto disso, não gosto de me sentir incomodada. Por isso o livro é bom.
Dá até uma invejinha de Dora, uma vontade de ser a mãe, a irmã, a amiga, a noiva. E as histórias do Sem-Pernas foram as que mais me comoveram. Ver meninos na década de 30 (aparentemente), sofridos e com aquele velho apelo à pobreza que a gente já conhece pode soar forçado, mas Jorge Amado (ah, o Jorge Amado) trabalha perfeitamente essa questão, talvez por ser um dos primeiros e não soar como apelação, ou talvez por considerar como fator mais importante a amizade e liberdade em vez da miséria. Mas é o que dizem quando a obra é um clássico: é atemporal.
Fica a dica pra quem se dispõem a adivinhar o final antes da hora, mas nem por isso perde a beleza de uma boa história, com disposição pra derrubar umas lágrimas aqui e acolá.
A quem interessar também, em breve sairá o filme.
3 comentários:
Vou ler na primeira oportunidade que tiver.
Beijão Laura
Leia sim, recomendadíssimo! Bjo!
nosso grilo falante ? que orgulhinho .
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