terça-feira, 2 de abril de 2013

Sobre excessos

Talvez não seja tão grossa quanto reza.
Talvez não seja tão dura quanto preza.
Talvez não seja tão cruel quanto acha que reveza.

E talvez a vida e as opiniões não precisem ser tão inflexíveis, coisa que o tempo embeleza.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Sobre paixões reacendidas

É engraçado perceber como algumas coisas podem ir e vir na vida da gente em épocas diferentes despertando sensações diferentes.

Procurando Nemo foi um filme lançado em 2003. Eu tinha lá meus 16 anos, mas não sei dizer qual foi a primeira vez que assisti, embora seja provável que tenha visto bem depois da estreia. A coisa é que achei bonitinho logo de cara, me apaixonei pela Dori (rolou uma identificação, ok) e assisti mais algumas vezes em intervalos grandes.

"Ô enfezadinho do oceano, se a vida decepciona, sabe qual a solução? Continue a nadar..."

Há menos de um mês resolvi começar minha coleção de DVDs pelo Procurando Nemo. Comprei, assisti de novo, lembrei das falas, assisti com o áudio original, assisti com os comentários dos diretores (e descobri um monte de coisas, recomendo), assisti de ponta cabeça e do avesso.
Daí que não bastasse tudo isso, aproveitei o dia das crianças e meu descontrole TPMístico para ir no cinema ver o 3D logo no dia de estreia. Nunca fui no cinema em dia de estreia. Em feriado infantil. A receita era infalível: vai ser uma merda o shopping lotado, crianças correndo e gritando e tal.
Ledo engano, nada me atrapalhou: nem o shopping lotado, nem as crianças fazendo barulho, nem a porcaria do caixa que não aceitava cartão e me fez quase perder o começo do filme, nem os óculos 3D por cima dos óculos normais por ter esquecido (de novo) de colocar lente, nem a dublagem esquisita. Enfim, nada.

E foi tão lindo... Enxerguei o filme de outra forma, tão sensível... O medo de um pai super protetor e sua libertação, a superação de uma deficiência de um peixinho fofo que pode ser tanta gente por aí, os malucos do aquário que viraram uma família postiça, as tartarugas e seu estilo de vida suave, a peixinha que acredita na inocência dos outros mesmo com sua memória podendo ser a desculpa pra desconfiança geral e o peixe frustrado que deposita suas esperanças em alguém que ele adota como se fosse um filho.
É, parece brega e nonsense, mas eu acredito que quem assistiu esse filme pode ter tido essas sensações despertadas e muitas outras.

E aí que me surpreendi de estar no cinema assistindo meu filme preferido e rindo de canto quando ouvia as crianças rirem nas partes engraçadinhas, fazerem "óun" nas fofas e até uma dizer "ai, ferrou" na hora que a Darla chega no consultório do dentista.

Me peguei pensando pela primeira vez na vida que eu podia ter um filho só para levá-lo no cinema pra ver um filme tão cativante e que passa lições tão bonitas. É, eu chorei. Quem atirar a primeira pedra tem que ter uma justificativa muito boa.

E amei todos eles, amei estar ali. Tão doce e sutil.
Por favor, não percam a chance de ter essa experiência doce, principalmente se vocês tiverem filhos. Vale muito a pena. E vale a pena ser criança de novo, nem que for pra aprendermos lições se sentimentos que só estamos prontos pra despertar agora.



Feliz dia das crianças.

sábado, 6 de outubro de 2012

Sobre sensações sazonais

Não que eu esteja apaixonada. Tampouco que eu esteja negando veementemente. É mais porque eu gostaria de estar, por qualquer um em qualquer lugar... Ou por qualquer coisa. Ou já ter tido sensações assim.

É estranho, tenho a sensação de que não tive muita experiência com relacionamentos sérios e aqui estou, no auge dos meus 25 anos com medo de agir como uma menina de 18.

E engraçado é que fiz tudo o que queria fazer, na medida do possível, conheci muita gente e troquei muitas experiências. Supri a necessidade que sentia por sempre ter medo de não ter experiências suficientes na vida depois que achasse "aquela pessoa". Por ter medo de duvidar. Por ter medo de ser um espírito preso sem referências.
E aqui estou eu, com medo de não ter tido experiências opostas suficientes.

No fundo no fundo, acho que independente de experiência de vida, todo mundo vai querer a mesma coisa, e é o que eu quero: sossego (com o perdão do trocadilho). Só não podemos exigir que todos queiram ao mesmo tempo, cada um tem seu tempo e seu caminho.

Só é triste pensar que algumas pessoas que já passaram pela minha vida podiam ser "aquela pessoa", a pessoa certa, mas o tempo estava errado. Pra mim, geralmente. E agora o que eu quero se esconde nos becos da vida.

"Faça o que você quiser".

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Sobre o cotidiano

É que eu não queria trabalhar hoje. Tenho dores, estou passando mal.

Mas da dor que me aflige não há remédio, pronto socorro ou atestado que me poupem.

So... Let's do it.

sábado, 14 de abril de 2012

Sobre o Lollapalooza

Eu sei, eu sei, abandonei o pobre do blog. É que ultimamente tem acontecido... Mentira, não tem acontecido nada, por isso esse vazio. Mas aconteceu: o Lollapalooza. Aí você me diz "nossa, como a Laura é bobinha, dar tanta importância a um show" e realmente, a princípio eu estava pensando assim, que era só um show, mas se depois de uma semana eu ainda consigo lembrar de momentos pequenos daqueles dois dias com um sorriso no canto da boca e principalmente, não só do festival em si, mas tudo o que representou o antes, o pós e as coisas paralelas... Não tem preço, não. E pra quem estava lá, imagino que tenha tido várias sensações parecidas com as minhas. Se não, que pena, amor.


É, eu fui. Invejem-me! (Foto descaradamente roubada da Talita simplesmente porque eu tenho preguiça de tirar fotos em eventos.)

Mas e aí? E aí que tudo começou quando eu comprei os ingressos. Pros dois dias. Porque eu pre-ci-sa-va ver o Foo Fighters (depois de não me perdoar por nunca mais poder ver o Oasis, vai saber se outra banda não desmonta por aí) e MGMT. É, eu comprei o segundo dia só pelo MGMT, podem me apedrejar. E aí que eu não tinha com quem ir e passei meses em pânico até dar tudo certo com a Talita e com o Noel e o pessoal suuuper firmeza que eu conheci por lá. Meu fim de semana seria 70% menos divertido sem vocês, caras! Arrumei um lugar pra ficar (obrigada, Cadu!), o que me rendeu algumas histórias engraçadas e fui com a cara e a coragem.

Sábado

24 atrações. Humanamente impossível de ver, claro. Mas quantas eu vi? Quatro! Que valeram por várias, a propósito. Vi um pouquinho do Cage the Elephant que eu até tinha curtido em casa, uns mosh da hora, mas passei o show todo na fila do caixa/bar e me perdi dos meninos.

Sem problemas, fomos logo pro Rappa pra pegar um lugar razoável no palco que apresentaria o Foo Fighters e surpresa minha quando eu gostei! Cantei umas cinco músicas achando que só conhecia duas e valeu o show. Já com o TV on the Radio eu fiquei com dó, porque os caras são bons, eu já tinha ouvido algumas coisas também, mas ninguém estava ali para vê-los. Nem eu. E as pessoas já estavam fazendo um esforço descomunal de ficar de pé e aplaudir cada música que terminava esperando o próximo show. Uma pena.

E foi aí que, depois de minutos que pareceram horas, posições incômodas, gente chata e muito (mas muito) aperto eles vieram. Quando All my life começou, eu achei que eu ia morrer. Não de emoção. Pisoteada mesmo. Tava foda, Foo Fighters é show pra estádio e não Festival. Acabamos tendo que sair de lá e ir para um canto mais "arejado". Mesmo vendo o Dave mais agora nos vídeos e fotos do que lá no dia, é indescritível a sensação de estar no mesmo lugar ao mesmo tempo de uma banda que você sonha em ver desde os 15 anos, ver o chicletão do Dave e seus 72 dentes pelo telão, a bateção de cabelo, ouvir os coros, ouvir as pessoas cantando errado e rir (porque você também canta errado) e isso durar imensas 2 horas e meia. Antes do show eu tava quebrada, minhas pernas doíam. Mas das 20h30 até sabe Deus que horas eu não sabia o significado dessa palavra, tsc, pernas, nem lembrava que elas existiam, pulava como se estivesse numa cama elástica e gritava como se não precisasse atender alunos na segunda-feira. Coitado do cara que estava na minha frente em Breakout. E coitada de mim na semana seguinte.

O que fodeu mesmo foram aquelas grades que alguma abençoada pessoa teve a ideia de colocar no meio do público para separar níveis, entrando pelos lados. É, fui irônica. Foi a pior merda que eu já vi em um show. Pessoas devem ter se machucado feio ali e enquanto faltava espaço pra muitos, sobrava para poucos. Sacanagem. Não sei como nenhum blog de crítica disse nada a respeito.

Bem nítido, não?