terça-feira, 8 de março de 2011

Sobre os clichês do pequeno príncipe

Antes de qualquer coisa, eu quero deixar claro que provavelmente vou acabar contrariando alguma coisa que já disse por aqui. Até porque eu sempre acabo fazendo isso. Pode até ser que futuramente eu contrarie o que vou dizer aqui agora, mas essa é a dinâmica da minha vida, a dualidade cotidiana, a incoerência geminiana (se preferirem assim).
A questão é:

Passar um tempo com amigos sem criar expectativa de nada é a coisa mais maravilhosa que pode acontecer com alguém. Amá-los como sempre amou sem esperar reciprocidade é mais saudável do que parece. A contra-indicação é que você pode odiar alguns outros por não te quererem tanto quanto esses, mas é justo, uma vez que cada um tem seu momento... E se não tiver mais, será por conta de desmerecimento. E se assim for, melhor para todos.

Passar um carnaval (que é um feriado predestinado a ser uma merda) com amigos sem qualquer programação especial pode parecer entediante. E, de fato, teve tudo pra ser. Não fiz nada demais além de comer, assistir TV, beber umas cervejas e umas vodkas sueive, ir no shopping, pegar um cinema e conversar um pouco. Pra falar a verdade, ainda tive o ônus de pegar estrada com chuva, ficar na dúvida se levei uma multa e bater a merda do carro.
Mas eu faria de novo. Quer dizer, provavelmente eu evitaria os pontos negativos, mas se não tivesse como, quem sabe eu não faria tudo de novo?
É nessa hora que todo mundo acha que a Laura é bem louca e eu digo não. Não, sabe por que?

Porque ninguém sabe o que é passar três dias com Dani e Thiago numa rotina boba, relembrando que eles são alguns de seus melhores amigos, juntos e separados, e que dá pra sentir que sempre estarão ali pra você e você pra eles, independente do tempo passado. Porque ninguém sentiu aquele abraço de despedida e a alegria na chegada como eu senti.
Porque ninguém sentiu a sensação que não se sentia desde fins de 2009/começo de 2010, quando eu fui acolhida pela Gleicy e pelo Carlos e que eu sabia que nunca mais sentiria, que nunca mais seríamos os mesmos juntos, até provar que eu estava enganada quando voltávamos da delegacia pensando em como sacanearíamos o pessoal que estava nos esperando sem saber o que aconteceu.
Porque ninguém ficou assistindo filmes brasileiros da década de 70 absurdos, que eram pra ser pornô e se tornaram trash, com os comentários mais absurdos ainda até 3h da manhã e poder achar aquilo a coisa mais leve e íntima do mundo naquele momento.
Porque ninguém se apegou ao Quitute tão rápido a ponto de não conseguir dar um tapa nele por ter mordido o seu pé a noite toda porque ele é fofo demais.
Porque ninguém além de nós ficou pensando que só faltava o Lucas praquilo ser aquele 2009 saudoso.

E também porque ninguém foi há duas semanas pra São Paulo de última hora pra fazer uma prova não esperando nada desse fim de semana e acabou encontrando amigos queridíssimos que não eram vistos há mais de 3 anos e pôde consertar tudo o que havia de mal entendido com eles, se divertir, se sentir querido e saber que sim, você pode relutar à vezes, mas eles fazem uma falta deliciosa.

E depois de tudo isso, chegar em casa e receber uma mensagem do seu melhor amigo sabendo que, mesmo distantes e entre altos e baixos, ele está lá pra ser o seu melhor amigo sempre, e se sentir plenamente feliz lembrando que vocês se precisam tanto quanto achavam que não. E que você passou a semana com ele, mesmo não passando.

O único problema é que voltar pra realidade faz com que eu me sinta tão mal quanto a proporção positiva desses eventos.
E isso é uma merda. Mas compensa alimentar o que você sinceramente cativa, independente do custo.