domingo, 28 de novembro de 2010

Sobre o que consegue mudar o meu dia

Música. Assim, direto ao ponto.
Algumas músicas tem o poder de fazer com que o momento mais tenso, mais raivoso ou mais triste do seu dia se transforme e faça com que você sinta uma leveza que não imaginava poder naquela hora.
Não discuto gosto musical, respeito dentro do possível, mas acho que todo mundo devia ser movido a música. As pessoas seriam mais felizes, sensíveis e menos estressadas.

Dado isso, só para comparar futuramente, vou fazer uma pequena listagem dessas músicas, a maioria que me dão paz de espírito e algumas que me fazem ter vontade de sair dançando pelas ruas.
Confesso que foi muito (mesmo) difícil escolher. Fiz uma lista de umas 30 músicas e aí fui diminuindo eliminando os artistas repetidos e deixando a coisa mais eclética. Mas ó, doeu no coração, menine. Então não vou colocar em ordem nenhuma pré-estipulada porque seria muito injusto ranqueá-las.

Foi difícil escolher uma só do Los Hermanos, principalmente quando se tem Além do que se vê, O vento, Paquetá, Morena, enfim... Ventura e 4 praticamente completos, mas essa foi, por muito tempo, a minha música preferida. É meio que um lema, uma forma de querer viver que eu fui (e ainda estou) adotando aos poucos. É o sinônimo da leveza: levo a vida devagar pra não faltar amor. Parece piegas, mas quem gosta de Los Hermanos sabe do que eu estou falando. Principalmente se você a canta aos berros, bêbada e com duas grandes amigas, haha. E cara, a parte instrumental consegue dizer mais do que a letra da música, se é que é possível.

O que Los Hermanos consegue fazer as pessoas sentirem é exatamente o que o Radiohead faz no seu contexto, eu penso. Também foi muito difícil selecionar uma música só, e escolher se seria do In Rainbows ou do The Bends então... Outras músicas do Radiohead me fazem parar para ouvi-las mais do que Sulk, mas a sensação que ela passa eu não sei explicar (tá ali, pau a pau com Black Star). Parece me remeter a alguns momentos intensos da vida. Embora não tenha nada a ver com a letra, é como se ela traduzisse a minha posição e sentimentos em relação a umas das pessoas que eu tenho mais conflitos na vida desde sempre (mais fácil que primeira pergunta do show do milhão essa hein galere!).

Tá, confesso que comecei a ouvir Jackson 5 e Michael Jackson pra valer depois que ele morreu, como uma boa galera. Mas a necrofilia da arte taí, já dizia Pato Fu. Nem ligo. Agora, embora essa não seja a minha música preferida (há muuuitas outras que gosto mais), ela também tem essa coisa rara da leveza. O cara era bão né? E, vergonha à parte, tenho uma história estranha com essa música: quando era criança sonhei com ela, com o MJ e milhões de pessoas dando as mãos em volta dos países, como num clipe, a própria consagração da paz, veja a brisa (né Kana?). No fim nem a ouço tanto, mas quando estou andando na rua com foninho e começa a tocar Will You Be There quase tenho a certeza de que o céu fica mais azul.

Descobri Damien Rice através do filme Closer. Sim, é igualmente potencialmente depressivo, então se você gosta desse filme, pode dar uma espiada no Damien. Agora, se o que conhece desse cara é a péssima versão que a Ana Carolina fez, "É isso aí", então sério: mude seu conceito de Damien Rice, por favor. Delicate é sublime e eu perdi a conta de quantas vezes chorei por causa dessa música, ou de quantas vezes chorei e fui ouvir essa música, já não sei. Mas Damien é todo assim... Causa o efeito contrário, não sei explicar. E é magnífico. Ainda hoje sinto muito por não ter ido no show dele em 2009... Tomara que venham outros.

Sério, MGMT é a brisa mais bem feita que eu já vi no mundo musical. E quem precisa de dorgas? Bebe uma cerveja e bota Electric Feel que eu quero ver neguinho abraçando a caixa de som. O clipe é mais brisa ainda. Acho lindo, acho digno, saio andando na rua com a passada no ritmo da música, dublando e fazendo círculos com a mão e... e... Cara, não tem como explicar. Oracular Spectacular tem várias assim. Meu sonho era ver Mika, Of Montreal, MGMT, Empire Of The Sun num show só, chovendo e todo mundo brisando. No Planeta Terra faltou o MGMT, o todo mundo e o chovendo, uma pena (embora todo o resto que foi muito bom eu descreva mais pra frente). Mas eu ainda vou num show desses hobbits limpinhos e drogados pra fazer a coreografia de The Youth coletivamente, anotaí.

Não, eu não gosto da June Carter (também não gosto da Reese Whiterspoon, do Joaquin Phoenix, do filme, nem daquele remix vergonhoso que fizeram de Folsom Prison Blues, antes que alguém pergunte). Acho que descobri Johnny Cash na hora certa e aprendi a gostar muito mas na verdade, ouço muito mais outras músicas do At Folsom Prison. No entanto, é Jackson que faz com que eu me sinta uma caipira americana batendo o pé com botina na varanda dos fundos da casa de madeira com a maior felicidade do mundo. E apesar de não gostar da June, confesso que sinto um puta prazer ouvindo essa música e a dublando na parte do hhhmmm, hahaha.

Eu não conheço The Coasters, nunca ouvi falar antes e também nunca fui atrás pra saber o que era direito. Só conheço Down in mexico por conta do Death Proof (e acho que se você não conhece esse filme, devia conhecer porque, pra variar, o Tarantino tá mandando bem). Enfim, não tenho nada de especial a dizer pra contextualizar, mas essa música é muito boa. E pra gente que gosta de dançar, o que é um funk perto de Down in mexico, hein? Faz estrago, e com sensualidade e elegância. Ou não. Sei lá. Só sei que quando começa a tocar vai dando um comichão e uma vontade de estar em um Enebs, Erebs ou #festafamilia. Entende né? Não? Dá uma olhadinha no vídeo do link então, mu bem.

A sentence... é um compacto de tudo o que o Of montreal é pra mim. Tá certo que quando selecionei essa música ainda não conhecia o álbum novo, o False Priest, que acabou superando minhas expectativas, mas ainda assim ela é a minha favorita. É a mesma sensação do céu azul, de sair caminhando por aí, só com com menos psicodelia e mais leveza do que o MGMT (nessa música). Não conheço outros álbuns dessa banda além dos dois supracitados, mas já me vale um senhor voto de confiança só por isso!

Say you'll be there - Spice Girls
Sim, Spice Girls é o meu grito gay (como se precisasse de mais né). Eu sei que toda garota de 20 e tantos anos sabe do que eu estou falando (e se não sabe é porque tá escondendo, safadjeenha). Spice Girls fez parte dos hinos da nossa adolescência e Say you'll be there nem era a minha música preferida (nem Spice era o meu álbum preferido, pra ser sincera), mas eu reconstruí meus conceitos sobre elas depois de adulta, como pode ser visto aqui. Eu me arrepio com a introdução sim e acho que essa música e essa banda representam basicamente amizade. Aí você vai dizer "nossa, Laura, mas Spice Girls nem era bom!" mas você não via os clipes, não gostava das roupas, não achava os falsetes da Mel C. o máximo, não sabia as coreografias e não comprava o pirulito. Então meu edí pra você, bunita!
Inbetween days é a máxima do conceito de transforme o seu dia com uma música. Inclusive eu deixo de escutá-la quando tá no aleatório se o dia o dia não é dos melhores, que é pra não estragar a música. Eu não tenho muitas palavras pra descrever isso. Essa música eu só sei sentir. Nada de Boys don't cry, foi com ela que eu aprendi a amar The Cure. É a minha música favorita e pronto. Entendeu né? Quer me presentear, me bota na frente do Robert Smith com um violão cantando e tocando essa música. Simples assim, precisa de mais nada não.

E as músicas que mexem com você?

Ps: post elabora antes do Planeta Terra, por isso contém algumas adaptações no texto.

Nenhum comentário: