quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Sobre o bendito universo de pesquisa científica

Aí ela estava vestida socialmente, toda séria. Era uma conferência e era todo o seu trabalho de dois anos sendo exposto pra pessoas desconhecidas. Era importante pra ela.

Alguns amigos estavam por lá, amigos de confiança, importantes. Ela não sabia se isso a deixava mais tranquila ou mais nervosa. A japonesa, o DJ, o sulista, o da gastronomia paulistana e até o carioca emo! Estava contente.

Foi aí que a chamaram, assim, sem esperar, para uma sala que ninguém sabia o que estava acontecendo. Ela foi correndo, meio atrasada, chorando e secando as lágrimas de nervosismo no meio do caminho. Chegou lá sem maquiagem, com os olhos meio inchados e cara de criança perdida.

Sentou na segunda fileira, do lado de uma senhora bem vestida e fina, que lhe sorriu com um ar confortante. Havia um senhor gorducho e de cabelos brancos no palco, falando com bastante estusiasmo. Mas ainda assim, o ambiente parecia mais o de uma entrevista.

O senhor a olhou com complacência e com um papel na mão, pediu que lhe explicasse a sua pesquisa. Ela ficou meio surpresa, meio empolgada com o interesse e começou a explicar. O senhor sorria enquanto ela falava e tinha no canto da boca um ar de compreensão e interesse. Isso a estimulava. Quando parou, ele lhe fez algumas perguntas, mas não aquelas que a gente está acostumado, aquelas que você percebe quando as pessoas só querem te provocar e extrair um erro ou insegurança de você. Era o contrário: ele perguntava com entusiasmo, informalidade e só a deixava mais tranquila e confiante.

Assim, ele concluiu que a pesquisa dela era importante para o desenvolvimento de um futuro pessoal e coletivo e que, ah, se todos tivessem essa vontade e fizessem isso... A fez se sentir útil pela primeira vez. E ela lhe sorriu agradecida de volta.

Assistiu algumas palestras ainda e saiu do anfi-teatro.
Saiu feliz. Realizada.

E abraçou seus amigos. Não poderia estar melhor...

A não ser pelo fato de despertar desse sonho por causa da Lady Gaga e seu Bad Romance.


Te odeio. But I'll back, your bitch.

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